Contornos - Educação e Pesquisa: 2013

04 dezembro 2013

Como citar um tweet em um trabalho acadêmico?

Além de toda a importância que o Twitter conquistou nos últimos anos no campo informacional, atualmente várias informações chegam lá mais rápido que em outras mídias ou sites. Por isso, faz-se necessário, em muitos casos, utilizar informações geradas no Twitter como referência também em trabalhos acadêmicos. 

No Brasil ainda não há definição da ABNT sobre como um tweet deve ser citado. Contudo, a Modern Language Association criou uma forma padrão de citação para tweets. A citação seguiria o padrão a seguir.

Para pessoas:
Último nome, Primeiro nome (nome de usuário). "Tweet por completo". Data, horário. Tweet.
No caso de organizações:
Nome da organização (nome de usuário). "Tweet por completo". Data, horário. Tweet.
A URL da informação não é necessária, uma vez que dados muito antigos ficam indisponíveis na plataforma. Quanto ao horário, deve-se colocar o horário visto pelo leitor (não é preciso calcular o fuso horário). Deve-se ter a noção, porém, de que esse horário sempre será aproximado e nunca exato, devido às próprias características do Twitter.

Exemplos:


Santomé, Jurjo Torres (JurjoTorres). "FAES acapara la mitad de las subvenciones de Cultura destinadas a las fundaciones de los partidos políticos" 13/12/2013, 13:06. Tweet.


Creative Commons (creativecommons). "In case you missed Friday's big news: new CC license suite designed for intergovernmental organizations http://bit.ly/1clj1zX " 09/12/2013, 12:16. Tweet.



Social Biblio (socialbiblio). "#Socialbiblio ¿son los mensajes de correo-e documentos de archivo? Y otra pregunta: ¿quién es el responsable de la gestión del correo-e?" 11/12/13, 13:22. Tweet.


Dependendo do contexto do trabalho, talvez seja necessário colocar uma imagem do tweet (através do recurso print screen). Nesse caso, faça da mensagem destacada/expandida, como nos casos acima, pois dessa forma ficam registradas mais informações.

Caso você utilize a imagem do tweet, não se esqueça do colocar como legenda "Fonte: Twitter ". Veja mais sobre figuras em trabalhos em Como referenciar figuras e imagens.

Fontes:
How Do You Cite a Tweet in an Academic Paper?
How do I cite a tweet?

15 novembro 2013

FRASER, Nancy. Da redistribuição ao reconhecimento. Dilemas da justiça na era pós-socialista.

Nancy Fraser, nascida nos Estados Unidos em 1947, é uma importante pensadora sobre as concepções de justiça social. A apresentação a seguir trata de um texto da autora publicado em 2001 em um livro organizado pelo sociólogo Jessé Souza. O texto trata das dimensões socioeconômica e cultural da injustiça, buscando alternativas para o dilema redistribuição-reconhecimento.



O texto foi apresentado na disciplina de Sociologia das Políticas Educacionais: fundamentos teóricos da ação pública, junto ao PPGEdu da UFRGS em 14 de novembro de 2013.


19 setembro 2013

Normalização ou normatização?

Ao longo da maratona de produção de um trabalho acadêmico, pensamos na adequação do texto às normas específicas de apresentação (ABNT, Vancouver, de revistas científicas etc). Mas... como denominar essa atividade? A dúvida é recorrente: o mais correto é dizer normalização ou normatização? 

Segundo Moreno (2008) os dois termos possuem significados e funções diferentes. Normalizar quer dizer "tornar normal", da mesma forma que legalizar remete a "tornar legal" e regularizar a "tornar regular". 

Em Estatística, a palavra normal possui um significado bem específico. Diz-se que uma variável tem ocorrência normal quando apresenta distribuição semelhante à curva de Gauss (figura), ou seja, distribuição simétrica em relação à média e os valores de média, moda e mediana são iguais. Nesse contexto, normal é puramente o mais frequente.

De outro lado, o verbo normatizar possui o significado específico de "regular através de uma norma", sendo, portanto, mais adequado ao denominar a atividade. 

Vale lembrar que esses dados não são regras visto que vários dicionários atribuem o mesmo significado aos dois vocábulos. Entretanto, Moreno defende que o termo normatizar, mesmo sendo considerado "irregular" por alguns autores, teve um processo de criação semelhante a outras palavras (por ex.: dogma - dogmatizar e drama - dramatizar) sendo, dessa forma, também legítimo na complexidade da Língua Portuguesa.

Referência
MORENO, Claúdio. O prazer das palavras: um olhar bem-humorado sobre a Língua Portuguesa. Porto Alegre: L&M Pocket, 2008.

25 julho 2013

[Sugestão de artigo] Série de textos sobre a construção de um artigo científico

A revista Epidemiologia e Serviços de Saúde publicou uma série de textos sobre comunicação científica, com autoria de Mauricio Gomes Pereira, professor Emérito de Epidemiologia da Universidade de Brasília. Os textos tratam sobre o artigo científico desde sua estrutura, o preparo até a análise de cada seção. É um bom guia para inspirar o processo - que não é simples.
O professor Maurício é médico, com experiência em Saúde Pública e Epidemiologia. Conhecer o autor é muito importante para interpretar o texto, pois as visões sobre a ciência e seus métodos são variadas e dinâmicas (para cada área do conhecimento e até entre cientistas e pesquisadores da mesma área). 
Os artigos estão disponíveis nos links abaixo:

Pereira MG. Estrutura do artigo científico. Epidemiologia e Serviços de Saúde. v.21 n.2 Brasília jun. 2012. 
Pereira MG. Preparo para a redação do artigo científicoEpidemiologia e Serviços de Saúde. v.21 n.3 Brasília set. 2012.
Pereira MG. A introdução de um artigo científico. Epidemiologia e Serviços de Saúde. v.21 n.4 Brasília dez. 2012.
Pereira MG. A seção de método de um artigo científico. Epidemiologia e Serviços de Saúde. v.22 n.1 Brasília mar. 2013.
Pereira MG. A seção de resultados de um artigo científico. Epidemiologia e Serviços de Saúde. v.22 n.2 Brasília, jun.2013.

07 junho 2013

A Sociologia no Pré-Vestibular: o caso da ONGEP

Trabalho meu e do colega Fellipe Madeira, apresentado no III ENESEB - Encontro Nacional sobre o Ensino de Sociologia na Educação Básica, em Fortaleza-CE em maio de 2013.



03 junho 2013

Citações literais - uma versão sobre o uso

Há muito tempo atrás, li um artigo que fazia uma caricatura dos tipos de revisões bibliográficas em teses e dissertações. Mexendo nos meus textos guardados, o encontrei de novo. Quando fiz o TCC e tive que fazer uma dessas, deu pra compreender bem melhor. À propósito, reler um texto é uma coisa ótima de se fazer a qualquer momento, até pra ver como as perspectivas se renovam.

O artigo é de autoria de Alda Judith Alves-Mazzotti, na época professora da Universidade Estácio de Sá (RJ). Destaca, em cada exemplo, uma categoria de um conjunto de coisas que não se devem fazer em uma revisão de literatura. É claro que, para fazer essa crítica, a autora também falou sobre a exigência do referencial teórico, para quê ele serve e suas razões de existir, além de alguns apontamentos sobre a pesquisa científica. O artigo é relativamente curto e bem escrito, vale a pena ler. Porém, por ora, quero destacar um ponto específico que no texto aparece como nota de rodapé e me pareceu uma explicação muito didática. É sobre o uso das citações literais (especialmente as longas/recuadas) na revisão de literatura:

Citações literais devem ser usadas com cautela, uma vez que, por serem extraídas de outro contexto conceitual, raramente se adequam perfeitamente ao fluxo de exposição, além de, através dessa extração, correr-se o risco de desvirtuar o pensamento do autor. É imperioso respeitar a "ecologia conceitual", indicando a que tipo de situação, preocupações e condições a afirmação se refere. Consideramos que citações literais se justificam por três situações básicas:
(a) quando o autor citado foi tão feliz e acurado em sua formulação da questão que qualquer tentativa de parafraseá-la seria empobrecedora; 
(b) quando sua posição em relação ao tema é, além de relevante, tão idiossincrática, tão original, que o pesquisador julga conveniente expressá-la nas palavras do próprio autor, para afastar a dúvida de que a paráfrase pudesse ter traído o pensamento do autor e
(c) quando, no que se refere a autores cujas ideias tiveram considerável impacto em uma dada área, se quer demonstrar que a ambiguidade de suas formulações ou ainda a inconsistência entre definições dos mesmos conceitos, quando se considera a totalidade de sua obra, foram responsáveis pela diversidade de interpretações dadas a essas afirmações (o conceito de narcisismo em Freud e o conceito de paradigma em Kuhn são exemplos desse tipo de ambiguidade) (ALVES-MAZZOTTI, 2006, p. 38)

Por isso, pode-se dizer que uma citação literal deve ser utilizada somente quando há uma justificativa plausível para você não estar escrevendo com as suas palavras. É bom ter em mente que as citações literais não devem ser usadas indiscriminadamente ou porque "tem que ter". Elas têm uma função e podem mais atrapalhar do que ajudar, se em demasia. O melhor sempre é interpretar a ideia do autor e reescrevê-la com as suas palavras, tornando o seu texto original e relevante. 

Referência
ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith. A revisão da bibliografia” em teses e dissertações: meus tipos inesquecíveis – o retorno, In: BIANCHETTI, Lucídio; MACHADO, Ana Maria Netto (Orgs.) A bússola do escrever – desafios e estratégias na orientação de teses e dissertações. 2 ed. Florianópolis/São Paulo: Editora da UFSC/Cortez Editora, 2006. p. 25-41.

14 abril 2013

Linha do tempo - Sociólogos clássicos


Por questões curriculares, tive que trabalhar com meus alunos as contribuições de autores clássicos para a Sociologia. Estudando para o assunto, pensei em organizar uma "linha do tempo" de pensadores da Sociologia, procurando localizá-los visualmente quanto à época e país de atividade. 

*Este gráfico teve diversas atualizações ao longo dos últimos anos, verifique ao final qual versão está disponível no momento.*

A linha do tempo é um recurso didático que demanda escolhas, por isso, ela nunca será "completa". O critério para composição da lista foi de autores citados em planos de ensino de disciplinas do curso de Ciências Sociais, porém, ainda assim, há muitas lacunas e autores/as que ficaram de fora. É notória a ausência de mulheres, a respeito da discussão sobre as mulheres nos marcos de memória da fundação da Sociologia, veja este artigo: A mãe fundadora negligenciada - sociologia e androcentrismo

Veja também: Órbitas sincrônicas: sociólogos e intelectuais negros em São Paulo, anos 1950-1970

Quando se estuda Sociologia fora do curso de Ciências Sociais, é comum serem apresentados apenas autores clássicos (geralmente Marx, Durkheim e Weber). No entanto, a Sociologia se desenvolveu e se diversificou muito no século XX, processo que segue atualmente com autores de diversas partes do mundo, ainda com o desenvolvimento e maior visibilidade de linhas de pensamento criadas a partir de países fora do centro europeu e norte-americano de produção intelectual.

Você também pode visualizar a linha do tempo em planilha compartilhada: 
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1AnLhPy3R1TN691jiUaYd0mKs9r_qXEg8aqwV7eoRCfA/edit?usp=sharing

Ou baixar em pdf: https://drive.google.com/file/d/1ibCTW2kK2DBBMXmwHWruXn8811dCj-vP/view?usp=sharing

Clique na imagem para ampliar


(1) nascido na Alemanha, mas morou também na França e na Inglaterra
(2) nascido na França e radicado na Itália
(3) nascido na Hungria e radicado na Alemanha
(4) nascido no Canadá e radicado nos EUA
(5) nascido na Áustria e radicado nos EUA
(6) nascido na Tunísia e radicado na França

Transcrição da lista de autores:

Augusto Comte (1798 - 1857)
Harriet Martineau (1802-1876)
Karl Marx (1818 - 1883)       
Friedrich Engels (1820-1895)
Herbert Spencer (1820 - 1903)       
Vilfredo Pareto (1848 - 1923)               
Émile Durkheim (1858 - 1917)
George Simmel (1858 - 1918)
Max Weber (1864 -1920)
Marcel Mauss (1872 - 1950)   
Walter Benjamin (1892-1940)       
Karl Mannheim (1893 - 1947)           
Max Horkheimer (1895 - 1973)           
Norbert Elias (1897 - 1990)
Roger Bastide (1898-1974)
Gilberto Freyre (1900-1987)
Talcott Parsons (1902-1979)
Theodor Adorno (1903-1969)
Alberto Guerreiro Ramos (1915-1982)
Wright Mills (1916-1962)   
Florestan Fernandes (1920-1995)   
Edgar Morin (1921)       
Erving Goffman (1922-1982)
Darcy Ribeiro (1922-1997)
Zygmunt Bauman (1925-2017)
Michel Foucault (1926-1984)
Jürgen Habermas (1929)
Peter L. Berger (1929-2017)
Pierre Bourdieu (1930 - 2000)
Herbert José de Sousa (1935-1997)
Anthony Giddens (1938)       
José de Souza Martins (1938)   
Domenico De Masi (1938-2023)   
José Murilo de Carvalho (1939-2023)
Boaventura de Sousa Santos (1940)   
Pedro Demo (1941)           
Manuel Castells (1942)           
Bruno Latour (1947-2022)           
Pierre Lévy (1956)

*Última atualização em janeiro de 2024.

Como citar este texto
PEREIRA, Vanessa Souza. Linha do tempo - Sociólogos clássicos. Contornos Educação e Pesquisa, s. l., 2024. Disponível em: <http://www.contornospesquisa.org/2013/04/linha-do-tempo-sociologos.html>. Acesso em: dia/mês/ano.



12 fevereiro 2013

Planilha para hábitos



Utilizo essa lista há mais de 4 anos. Chamada de "lista de hábitos", trata-se de um modelo de planilha na qual você coloca tarefas cotidianas e vai preenchendo os dias em que as realiza.

Segundo os criadores (Productivity501), a lista de hábitos foi criada tendo em vista que uma lista de tarefas comum contém uma grande quantidade de itens repetidos todos os dias. Sendo assim, poderíamos chamá-los de hábitos. Hábitos podem ser coisas que são importantes para fazer regularmente, mas que precisam ser ignorados quando algo importante vem à tona. Por exemplo, ir à academia pode ser algo que quero fazer todo dia, mas geralmente é deixado de lado, ocasionalmente, quando eu estiver com uma demanda muito grande em outras áreas da vida.

O melhor da lista de hábitos é perceber o quão frequente (ou não) têm sido as atividades ao longo do tempo, além de ajudar a manter o foco sobre uma tarefa específica. Você pode também marcar um hábito que não quer mais ter, como fumar, por exemplo. Aos poucos você irá aprendendo a criar métodos próprios e analisar os dados produzidos por você mesmo. O gosto de imprimir para colocar na agenda. Eu imprimo em meia página e fica de bom tamanho.

Link para download do arquivo em pdf

A sugestão de uso deles:


E as minhas (com as tarefas escondidas, para não descobrir toda a vida da pessoa):




Hoje esses registros servem como lembranças (a primeira foto é de uma lista de 2012 e a segunda de uma de 2009!). É bom relembrar outras épocas e ver como a vida se transforma. :)

06 fevereiro 2013

Patas dadas - apoiamos a causa!

O projeto Patas Dadas é composto por voluntários que protegem, tratam e encaminham cães e gatos abandonados para adoção. A maioria dos animais fica abrigado no campus do Vale, na UFRGS, porém há também animais internados ou em casa de passagem. 
Como o projeto mantém-se exclusivamente de doações e venda de produtos com a marca Patas Dadas, apoiamos a confecção de uma leva de camisetas do projeto. Qualquer pessoa pode ajudar, não só como voluntário, mas também adotando, apadrinhando, comprando os produtos ou compartilhando. 



Tamanhos: Baby Look e Camiseta

Preços:
Logotipo Patas Dadas - R$25,00
Keep Calm - R$25,00
Palavras - R$30,00

Onde comprar:
Eventos: Feiras de Adoção, Sarau Culturau, Brechós Patas Dadas;
Diretamente com algum voluntário: dinheiro no ato;
Correios: através de depósito bancário, frete por conta do comprador.

contato@patasdadas.com.br

Toda a renda arrecadada é revertida em prol dos animais do projeto.

19 janeiro 2013

Comentários sobre a NBR 6024 - Numeração Progressiva - Títulos e alíneas

Publicada em maio de 2003, a NBR 6024 - Numeração progressiva das seções de um documento escrito estabelece um sistema de numeração da seções que facilite o entendimento da sequência do conteúdo e estruturação da ideias. Apesar de parecer bastante simples, há vários itens e é nesse documento que se fixam parâmetros também sobre as possibilidades de divisão estrutural do texto.
São basicamente 10 itens:

1) a numeração deve ser feita com algarismos arábicos;
2) o algarismo (chamado de indicativo de seção) e o título são alinhados à esquerda;
3) o texto deve ser dividido somente até a a seção quinária, ou seja, a subdivisão máxima seria, por exemplo 1.1.1.1.1;
4) os algarismos, além de arábicos, devem ser números inteiros a partir de 1;
5) o autor deve determinar a forma como o texto será dividido,  podendo ser de seção primária até seção quinária, na sequência do assunto.

Fonte: ABNT - NBR 6024 p. 2.

6) entre o algarismo e o título a única separação é um espaço, sem ponto, hifen ou travessão;
7) Muito importante:
Destacam-se gradativamente os títulos das seções utilizando os recursos de negrito, itálico ou grifo e redondo, caixa alta ou versal e outro. Os títulos das seções (primárias, secundárias etc.) deve ser colocado após sua numeração, dele separado por um espaço. O texto deve iniciar-se em outra linha. Todas as seções devem conter um texto relacionado a elas. (ABNT, 2003, p. 2)
Na minha interpretação, a ABNT não fixa qual a ordem dos tipos de destaques às seções, portanto, utilizo a mesma forma de alguns manuais. (Veja também: ABNT em linhas gerais - formatação básica e Manuais ABNT)
Exemplos de apresentação de título:

1 SEÇÃO PRIMÁRIA - TODO EM NEGRITO E LETRAS MAIÚSCULAS
1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA - MAIÚSCULAS SIMPLES
1.1.1 Seção Terciária - Todo em negrito caixa baixa
1.1.1 Seção  Quaternária  - Em negrito e itálico
1.1.1.1  Seção Quinária  - Todo em itálico

Entre a seção primária e a secundária deve haver texto, obrigatoriamente. Isso significa que é preciso ao menos uma apresentação da seção e a razão da divisão em subtópicos. Além disso, não poder existir no texto uma subdivisão em 1.1 se não há o "1.2". Caso isso aconteça, é preciso repensar a estruturação do texto. 

Por exemplo:
1 TÍTULO MAIS ABRANGENTE
Aqui vai o texto propriamente dito. Caso não tenha muito a acrescentar neste momento, tente estruturar a apresentação em início-meio-fim, respeitando as subdivisões posteriores. Esse texto deve ser preferecialmente redigido após a conclusão da redação das subdivisões.
1.1 TÍTULO SEÇÃO SECUNDÁRIA - MAIS ESPECÍFICO
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1.2 SEGUNDO TÍTULO DA SEÇÃO SECUNDÁRIA SUBJACENTE AO TÍTULO 1
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(...)


8) Quando for necessário enumerar assuntos no texto e você não quiser dividir em subseções, deve-se dispor as informações em alíneasAlíneas são subdivisões no texto, designadas por a), b), c) ou tópicos. Exemplo:
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Nota-se que são subdivisões em menor escala que as seções do texto. Se você irá ou não utilizar alíneas, depende da estrutura do seu texto. Considerando que as alíneas constituem uma lista, o texto de cada item inicia com letra minúscula e termina em ponto-e-vírgula, exceto a última, que termina em ponto.

9) Se a estrutura do texto e exposição da ideia exigir, a alínea pode ser subdividida em subalíneas, as quais devem começar com um hífen (diferentemente da alínea principal, que inicia com letra ou ponto). Exemplo:

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10) No momento que você utiliza indicativos de seção, é possível mencioná-los ao longo do texto retomando apenas no número do capítulo. Em outras palavras, se você estiver no capítulo nº 6 e quiser retomar uma ideia anterior, pode mencionar "conforme disposto na seção 2.2 ..." ou "ver seção 1.4".

Como podemos notar, a norma sobre numeração progressiva não trata somente da divisão do texto em capítulos, mas da disposição das ideias de forma mais clara, com atenção à estrutura do texto. ;)

Referência
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024: Informação e documentação -Numeração progressiva das seções de um documento escrito. Rio de Janeiro, 2003.

Como citar este texto
PEREIRA, Vanessa Souza. Comentários sobre a NBR 6024 - Numeração Progressiva - Títulos e alíneas. Contornos Educação e Pesquisa, Porto Alegre, 2013. Disponível em: <http://www.contornospesquisa.org/2013/01/comentarios-sobre-nbr-6024-numeracao.html>. Acesso em: dia/mês/ano.


15 janeiro 2013

Manuais ABNT

Na tentativa de auxiliar os alunos na padronização dos trabalhos acadêmicos nas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), diversas universidades criam manuais próprios com comentários sobre a utilização das normas. Já vi muitos pela internet, vários excelentes, porém nenhum é "definitivo". O ideal é conhecer manuais diferentes, pois mesmo a norma sendo única, as formas de interpretação e didática na explicação variam bastante.
Alguns manuais disponíveis na internet (lista em permanente atualização):

Se você tiver alguma sugestão de manual, envie-nos e vamos atualizando a lista. :)

13 janeiro 2013

[Sugestão de artigo] Análise qualitativa de dados de entrevista: uma proposta

Resumo
A abordagem qualitativa em pesquisa nas áreas da Educação e Ciências Sociais tem representado um caminho alternativo à rigidez positivista. Entretanto, vem preocupando os pesquisadores brasileiros pela sua característica de não sistematização. Face a isso, o presente trabalho visa contribuir para uma discussão metodológica sobre análise qualitativa ao relatar um procedimento sequenciado, sistematizado e passível de ser aplicado a dados de entrevista semi-estruturada e livre, que compreende todos os passos, da construção do instrumento para coleta de dados à apreensão do significado das falas dos sujeitos, terminando numa redação precisa, dentro do enfoque teórico do pesquisador.

Abstract
The qualitative approach in educational and social sciences research has presented an alternative way to positivism rigidity. However, its lack of sistematization worries Brazilian researchers. Than, this paper is devoted to a methodological discussion about qualitative analysis through the account of one sequence of procedures, applicable to interview data (guide free and part structured). The system comprisses some degress from the data collection to the subjects speech aprehension of meaning and adds a precise report, respected the researcher theoretical approach.

Referência 
ALVES, Zélia Mana Mendes Biasoli; SILVA, Maria Helena G. F. Dias da. Análise qualitativa de dados de entrevista: uma proposta. Paidéia (Ribeirão Preto),  nº 2, fev./jul. 1992.