As teorias de estratificação social consideram que a sociedade é dividida em camadas (ou estratos), as quais são definidas a partir de critérios determinados. Apesar da igualdade de direitos e deveres perante a sociedade, sabemos que o indivíduos possuem condições socioeconômicas distintas, o que influencia o acesso à saúde, educação, tipo de emprego e até mesmo a expectativa de vida. O estudo da divisão da sociedade em classes visa conhecer as diferenças de condições da população, especialmente com vistas à implementação e avaliação de políticas públicas, além de conhecer a própria situação do país.
Para Marx, o fator econômico era o principal indicador sobre a posição de classe de um indivíduo. Isso significa que a ocupação (emprego) e a posição no mercado (como possuidor ou não de capital financeiro) determinariam a classe. Já para Bourdieu, a condição de classe se daria em função do capital econômico mais o capital cultural do sujeito. Os indicadores variam bastante na visão de cada autor. O que sabemos hoje é que a sociedade, muito mais complexa que na época da Revolução Industrial, demanda a revisão constante das definições de classe e, consequentemente, dos critérios de avaliação das posições dos indivíduos.
O estudo da estratificação social também tem como objetivo conhecer o quanto é possível obter mobilidade social ascendente em uma região ou país (GIDDENS, 2005). A mobilidade social significa o deslocamento do sujeito na posição socieconômica de classe. Esse movimento, contudo, pode ser tanto ascendente (ficando mais rico) quanto descendente (ficando mais pobre). O número de pessoas que "sobem" ou "descem" na posição de classe é um importante indicador sobre a economia de uma nação, podendo ter diversas causas.
Marx acreditava que a a classe trabalhadora (empregados de funções operacionais/manuais/indústria) cresceria e se uniria como classe a fim de lutar pelo estabelecimento de uma nova ordem social. O que aconteceu, porém, foi que a classe trabalhadora diminuiu e grande parte dos que "mudaram de vida" modificaram seus hábitos e gostos, além de adotar valores mais comuns da classe média tradicional.
Com a complexificação das atividades e das diversas formas de trabalho na atualidade, é cada vez mais difícil delimitar o que seria a classe média. Além disso, sabemos muito mais sobre os pobres do que sobre os ricos, uma vez que facilmente obtemos dados e conseguimos nos aproximar de populações mais carentes, enquanto as altas camadas dificilmente declaram dados sobre suas posses e estilo de vida.
Referência
GIDDENS, Anthony. Classe, Estratificação e Desigualdade. In: ________. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.