Contornos - Educação e Pesquisa: agosto 2012

27 agosto 2012

Dica de filme: O Ponto de Mutação

 
O Ponto de Mutação (Mindwalk) é um filme dirigido por Bernt Capra, baseado no livro de Fritjof Capra. O filme aborda um diálogo de três pessoas num dia cinzento, que encontraram-se casualmente em um passeio num castelo medieval na França. A conversa se dá entre uma cientista norueguesa, Sonia Hoffman (interpretado por Liv Ullmann), um político americano e ex-candidato à presidência , Jack Edwards (Sam Waterston) e o poeta Thomas Harriman (John Heard), um ex-redator de discursos políticos.

Na obra, Capra compara o pensamento cartesiano ao paradigma emergente no século XX. O primeiro é reducionista e modelo para o método científico desenvolvido nos últimos séculos. O segundo, mais holístico, vê o todo como indissociável. As comparações são feitas em vários campos da cultura ocidental atual, como a medicina, a biologia, a psicologia e a economia. Interessante para pensar algumas questões em ciência e sobre o “método científico”.

Ficha Técnica

Diretor: Bernt Amadeus Capra
Elenco: Liv Ullmann, Sam Waterston, John Heard, Ione Skye
Produção: Adrianna A. J. Cohen
Roteiro: Floyd Byars, Fritjof Capra
Fotografia: Karl Kases
Trilha Sonora: Philip Glass
Duração: 111 min.
Ano: 1991


21 agosto 2012

O estudo da estratificação social

As teorias de estratificação social consideram que a sociedade é dividida em camadas (ou estratos), as quais são definidas a partir de critérios determinados. Apesar da igualdade de direitos e deveres perante a sociedade, sabemos que o indivíduos possuem condições socioeconômicas distintas, o que influencia o acesso à saúde, educação, tipo de emprego e até mesmo a expectativa de vida. O estudo da divisão da sociedade em classes visa conhecer as diferenças de condições da população, especialmente com vistas à  implementação e avaliação de políticas públicas, além de conhecer a própria situação do país.

Para Marx, o fator econômico era o principal indicador sobre a posição de classe de um indivíduo. Isso significa que a ocupação (emprego) e a posição no mercado (como possuidor ou não de capital financeiro) determinariam a classe. Já para Bourdieu, a condição de classe se daria em função do capital econômico mais o capital cultural do sujeito. Os indicadores variam bastante na visão de cada autor. O que sabemos hoje é que a sociedade, muito mais complexa que na época da Revolução Industrial, demanda a revisão constante das definições de classe e, consequentemente, dos critérios de avaliação das posições dos indivíduos.

O estudo da estratificação social também tem como objetivo conhecer o quanto é possível obter mobilidade social ascendente em uma região ou país (GIDDENS, 2005). A mobilidade social significa o deslocamento do sujeito na posição socieconômica de classe. Esse movimento, contudo, pode ser tanto ascendente (ficando mais rico) quanto descendente (ficando mais pobre). O número de pessoas que "sobem" ou "descem" na posição de classe é um importante indicador sobre a economia de uma nação, podendo ter diversas causas.

Marx acreditava que a a classe trabalhadora (empregados de funções operacionais/manuais/indústria) cresceria e se uniria como classe a fim de lutar pelo estabelecimento de uma nova ordem social. O que aconteceu, porém, foi que a classe trabalhadora diminuiu e grande parte dos que "mudaram de vida" modificaram seus hábitos e gostos, além de adotar valores mais comuns da classe média tradicional.

Com a complexificação das atividades e das diversas formas de trabalho na atualidade, é cada vez mais difícil delimitar o que seria a classe média. Além disso, sabemos muito mais sobre os pobres do que sobre os ricos, uma vez que facilmente obtemos dados e conseguimos nos aproximar de populações mais carentes, enquanto as altas camadas dificilmente declaram dados sobre suas posses e estilo de vida.

Referência
GIDDENS, Anthony. Classe, Estratificação e Desigualdade. In: ________. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.

06 agosto 2012

Como referenciar figuras e imagens

Quando utilizamos figuras, ilustrações, fotos ou qualquer tipo de imagem em trabalhos acadêmicos, devemos ter o cuidado de fornecer suas informações ao leitor. É indispensável numerar e descrever o item, além de mencionar a sua fonte. De acordo com a NBR 14724 (2011, p. 11),
Qualquer que seja o tipo de ilustração, sua identificação aparece na parte superior, precedida da palavra designativa (desenho, esquema, fluxograma, fotografia, gráfico, mapa, organograma, planta, quadro, retrato, figura, imagem, entre outros), seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos, travessão e do respectivo título. Após a ilustração, na parte inferior, indicar a fonte consultada (elemento obrigatório, mesmo que seja produção do próprio autor), legenda, notas e outras informações necessárias à sua compreensão (se houver). A ilustração deve ser citada no texto e inserida o mais próximo possível do trecho a que se refere.
Isso significa que devemos definir a designação do item como figura, ilustração, gráfico etc, numerar a sequência e colocar um título. A fonte deve ser sempre mencionada, inclusive quando a elaboração for do próprio autor. Veja um exemplo:

Figura 1 - "The next projected sound of '67" trazia o primeiro single lançado pelo Pink Floyd.
Fonte: Página do Pink Floyd no Facebook¹. 
Em nota de rodapé: 1 - Disponível em: <https://www.facebook.com/pinkfloyd> Acesso em ago. 2012.

A ABNT não refere se os títulos e as fontes devem ser em formatação diferente do texto, contudo, pensando na melhor visualização do leitor, indico que o título e a legenda fiquem em fonte tamanho 10 (menor que o corpo do texto), alinhados com a figura.

A realidade, porém, não é tão simples. Quase sempre acabamos esbarrando em dúvidas de detalhes na hora de referenciar as figuras. Por isso, fiz uma compilação de possibilidades e sugestões de solução (algumas com exemplos ilustrados):

a) Se a figura for de elaboração do autor do texto (você): 

Figura 3.1 - Fio condutor de eletricidade.
[FIGURA]
Fonte: Elaborada pelo autor.

Obs.: se o autor for do sexo feminino, é possível colocar "elaborado pela autora". É aconselhável, inclusive.

b) Se a figura tiver sido elaborada por outra pessoa e copiada de um livro, periódico ou artigo: 

Figura 7 - Vizinhos presentes no evento.
[FIGURA]
Fonte:  CASTRO, 2005, p. 7.

Obs.: A referência completa precisa ir em nota de rodapé ou na lista de referências no final do texto, certifique-se de que seja autorizada a reprodução da imagem.

c) Se a fonte for um site ou repositório digital: 

Figura 4 - O IFCH na década de 1960.
Fonte: Lume - Repositório Digital da UFRGS.


Em nota de rodapé: Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/9156/Rg1264.jpg?sequence=1;. Acesso em ago. 2012.

d) Se for um print screen de um aplicativo (mais comuns em publicações da área da informática): 

Figura 10 - Exemplo de planilha do LibreOffice Calc.
Fonte: print screen da aplicação no sistema operacional Windows 10.

e) Se for um print screen de uma tela de aplicativo com dados elaborados pelo autor (quando o foco são os dados e não o aplicativo em si): 

Figura 3 - Planilha cálculo trabalhista.
[FIGURA]
Fonte: elaborado pelo(a) autor(a).


Se esses exemplos não abarcaram as suas dúvidas, deixe um comentário e quem sabe encontramos as respostas possíveis.

Obs.: confira se a sua questão já não foi respondida em algum comentário anterior. ;)



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