Contornos - Educação e Pesquisa

14 novembro 2012

Como montar referências de filmes e vídeos

Filmes e vídeos também podem ser fontes de informação para trabalhos acadêmicos. Para a NBR 6023 (2002), filmes e vídeos constituem a categoria "Imagens em movimento", cujos elementos essenciais são: título, diretor, produtor, local, produtora, data e especificação do suporte.

Elementos essenciais da referência: título, indicação de responsabilidade (diretor, produtor), local, produtora, duração, ano e tipo de suporte.

Elementos complementares: outras indicações de responsabilidade (coordenação, intérpretes, roteiro, música), indicação de som (tipo de som), de cor e informações consideradas relevantes.



"Fórmula"

TÍTULO do Filme. Indicação de responsabilidade. Outras indicações de responsabilidade. Local: Produtora, ano. Duração em minutos, sistema de reprodução, indicação de som (legenda ou dublagem), indicação de cor, largura em milímetros.

Exemplo de referência de filme cinematográfico:

INVENÇÃO da Infância, A. Direção: Liliana Sulzbach. M. Schmiedt Produçõe.s Porto Alegre – RS, 2000. 26 min. Son, Color, Formato: 16 mm.

CENTRAL do Brasil. Direção: Walter Salles. Produção: Martire de Clemont-Tonnere e Arthur Cohn. [S.l.]: Le Studio Canal, 1998. 1 bobina cinematográfica.

Também pode ser mais completa:

CENTRAL do Brasil. Direção: Walter Salles Júnior. Produção: Martire de Clemont-Tonnere e Arthur Cohn. Intérpretes: Fernanda Montenegro; Marília Pera; Vinícius de Oliveira; Sônia Lira; Othon Bastos; Matheus Nachteergaele e outros. Roteiro: Marcos Berrnstein; João Emanuel Carneiro e Walter Salles Júnior. [S.l.]: Le Studio Canal; Riofilme; MACT Productions, 1998. 1 bobina cinematográfica (106min), son., color., 35mm.
Exemplo de referência de filme em DVD:

BLADE Runner. Direção: Ridley Scott. Produção: Michael Deeley. Intérpretes: Harrison Ford; Rutger Hauer; Sean Young; Edward Ward; James Olmos e outros. Roteiro: Hampton Fancher e David Peoples. Música: Vangelis. Los Angeles: Warner Brothers, c1991. 1 DVD (117MIN), Color. Produzido por Warner Video Home. 



Vídeos do You Tube


A ABNT ainda não fala nada sobre eles, mas podemos fazer algumas adaptações ao formato. A minha sugestão é esta:

TÍTULO do Filme. Indicação de responsabilidade. Outras indicações de responsabilidade. Local: Produtora, ano. Duração em minutos. Disponível em: endereço do site. Acesso em: nov. 2012.

Exemplo:
CRIANÇA a Alma do Negócio. Direção: Estela Renner. Produção: Marcos Nisti. Documentário, 49'05". Disponível em: endereço do site . Acesso em novembro de 2012.

Caso você não encontre maiores informações sobre o vídeo, procure explicar resumidamente do que se trata ou quem fala. Por exemplo:

CRIANÇAS Terceirizadas. Entrevista com José Martins Filho. 15'13". Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=w1CvvDWkd_0>. Acesso em novembro de 2012.

Fique à vontade para enviar a sua dúvida, sugestão ou correção. ;)

05 novembro 2012

Controle corporativo de dados compromete pesquisas na era da web



Este é um artigo publicado originalmente no jornal New York Times em maio de 2012 (clique aqui para ver o artigo, em inglês). Utilizei-o no meu TCC para tratar sobre a posse de dados primários de pesquisas que envolvam dados de usuários de redes sociais. Esses dados acabam sendo propriedade de empresas (Facebook, Google etc) as quais produzem pesquisas com base nesses dados, porém não admitem disponibilizá-los para a comunidade científica. Para diversos cientistas, esses dados privados estariam ameaçando os próprios fundamentos da pesquisa científica.

Quando os cientistas publicam suas pesquisas, eles também disponibilizam os dados subjacentes para que os resultados possam ser verificados por outros cientistas. É assim, pelo menos, que o sistema deveria funcionar. Mas ultimamente, os cientistas sociais têm se posicionado contra uma exceção que é, fazendo jus ao seu nome, enorme. Trata-se dos "grandes volumes de dados", enormes conjuntos de informações coletadas por pesquisadores de empresas como Facebook, Google e Microsoft a partir de padrões de chamadas de celular, mensagens de texto e cliques na internet registrados por milhões de usuários ao redor do mundo.
As empresas muitas vezes se recusam a tornar públicas essas informações, às vezes por razões de concorrência e às vezes para proteger a privacidade dos clientes. Porém, para muitos cientistas, a prática é um convite à má ciência, ao sigilo e mesmo a possíveis fraudes.
A questão se mostrou candente no mês passado em uma conferência científica realizada em Lyon, na França, quando três cientistas do Google e da Universidade de Cambridge se recusaram a liberar os dados que haviam compilado para um artigo sobre a popularidade dos vídeos do YouTube em diferentes países.
O presidente do painel de conferências ¿ Bernardo A. Huberman, físico que dirige o grupo de computação social no HP Labs, em Palo Alto ¿ reagiu irritado. No futuro, disse ele, a conferência não deveria aceitar trabalhos de autores que não disponibilizassem os seus dados ao público. Ele foi saudado por aplausos da plateia.
Em fevereiro, Huberman tinha publicado uma carta na revista Nature alertando para o fato de que os dados privados estavam ameaçando os próprios fundamentos da pesquisa científica. "Se um outro conjunto de dados não validar os resultados obtidos com os dados privados", perguntou, "como saberemos se é porque eles não são universais ou se é porque os autores cometeram um erro?".
Ele acrescentou que o controle corporativo de dados pode vir a dar acesso preferencial a um grupo de cientistas de elite, provenientes das maiores corporações. "Se essa tendência continuar", escreveu ele, "vamos ver um pequeno grupo de cientistas tendo acesso a repositórios de dados privados e desfrutando de uma atenção injusta da comunidade, em detrimento de pesquisadores igualmente talentosos cuja única falha é a falta das 'conexões' certas a dados privados".
O Facebook e a Microsoft se recusaram a comentar o assunto. Hal Varian, economista-chefe do Google, afirmou simpatizar com a ideia de dados abertos, mas acrescentou que as questões de privacidade eram significativas.

24 setembro 2012

Citações: para quê servem? Como utilizar e formatar referências no corpo do trabalho.


Dando continuidade à sequência de posts com o conteúdo do guia de normatização que construí junto com outro professor (clique aqui para ver o primeiro post da série), o texto de hoje se refere às formas de se fazer citações em trabalhos acadêmicos. ;)

1  CITAÇÕES

As citações serão bastante utilizadas na parte textual do trabalho (exceto nas conclusões). Elas servem para situar o leitor no contexto teórico do trabalho,  parafraseando ou transcrevendo literalmente o texto da referência. As citações servem também para esclarecimento, sustentação ou ilustração do assunto. É recomendado que a citação siga exatamente as características do original. As citações podem ser diretas ou indiretas.
Logo que você compreender a importância da utilização do referencial teórico no seu estudo, naturalmente buscará formas de inserir no seu trabalho as ideias dos autores nos quais você se baseia. Para demonstrar que tal autor está presente no seu estudo, provavelmente você precisará descrever suas teorias e apresentá-lo. É aí que as citações aparecem como uma ferramenta importante para a clareza e a credibilidade de trabalho científico.


1.1  Citações diretas

É a transcrição literal do texto ou de parte dele. Pode ser utilizada de duas formas: citação direta com até três linhas ou citação direta longa (com mais de três linhas). Há diversas formas de se indicar a autoria e de qual publicação de trata uma referência, contudo, utilizaremos o sistema autor-data (também recomendado pela ABNT).

22 setembro 2012

A emergência de novidades metodológicas no campo virtual: uma análise de estudos no ciberespaço

Enquanto aguardo que o trabalho seja publicado no Lume, disponibilizo aqui o meu trabalho de conclusão de curso em Ciências Sociais, cujo tema são as novidades metodológicas em estudos das Ciências Sociais que têm a internet como campo de pesquisa.

Resumo

A proposta deste trabalho é analisar a emergência de novidades metodológicas na abordagem do campo virtual em uma amostra de estudos das ciências sociais que tiveram os ambientes virtuais como campo de pesquisa. O objetivo é conhecer as estrategias metodológicas desenvolvidas na pesquisa e observar o surgimento de novos conceitos. Para tanto, procurou-se tratar sobre a construção do conhecimento científico e a metodologia de pesquisa no contexto da sociedade da informação, focando as influências da internet na metodologia de pesquisa social. O ciberespaço, como uma dimensão da realidade social, tem sido objeto e campo de um número crescente de pesquisas na área de ciências sociais. Muitos desses estudos, em sua fase empírica, esbarraram nas diferenças que o ambiente virtual apresenta. Na análise, identifica-se essencialmente dois caminhos: os que empregam a mesma metodologia dos ambientes não-virtuais e os que, diante das  peculiaridades do ambiente virtual, adaptam, criam ou recriam os métodos e técnicas de pesquisa. Não só a pesquisa empírica passa por transformações, como a abordagem teórica também sofre com a definição dos termos, uma vez que as transformações nas denominações estão associadas também com a dinâmica da tecnologia material. De forma geral, a análise apresenta que os estudos têm observado diferentes aspectos possíveis da pesquisa na internet, trazendo tanto novidades metodológicas quanto metodologias típicas de espaços não-virtuais. O ciberespaço como campo traz novas questões ao pesquisador social na construção de sua metodologia de pesquisa, como a possibilidade de acesso a dados primários, a presença e o anonimato do observador, além da própria visão do autor sobre o que é o ciberespaço e a internet.

Palavras-chave: metodologia de pesquisa, ciberespaço, internet, pesquisa social em ambientes virtuais.

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